Os 5 Estágios da Dor da Morte
A reação psíquica determinada pela experiência com a morte foi descrita por Elisabeth Kubler-Ross como tendo cinco estágios (Berkowitz, 2001):
Primeiro Estágio: negação e isolamento
A Negação e o Isolamento são mecanismos de defesas temporários do Ego contra a dor psíquica diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor. Em geral, a Negação e o Isolamento não persistem por muito tempo.
Segundo Estágio: raiva
Por causa da raiva, que surge devido à impossibilidade do Ego manter a Negação e o Isolamento, os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado pela revolta de quem sabe que vai morrer. Junto com a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento.
Nessa fase, a dor psíquica do enfrentamento da morte se manifesta por atitudes agressivas e de revolta; – porque comigo? A revolta pode assumir proporções quase paranóides; “com tanta gente ruim pra morrer porque eu, eu que sempre fiz o bem, sempre trabalhei e fui honesto”…
Transformar a dor psíquica em agressão é, mais ou menos, o que acontece em crianças com depressão. É importante, nesse estágio, haver compreensão dos demais sobre a angústia transformada em raiva na pessoa que sente interrompidas suas atividades de vida pela doença ou pela morte.
Terceiro Estágio: barganha
Havendo deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu, a pessoa entra no terceiro estágio; a barganha. A maioria dessas barganhas é feita com Deus e, normalmente, mantidas em segredo.
Como dificilmente a pessoa tem alguma coisa a oferecer a Deus, além de sua vida, e como Este parece estar tomando-a, quer a pessoa queira ou não, as barganhas assumem mais as características de súplicas.
A pessoa implora que Deus aceite sua “oferta” em troca da vida, como por exemplo, sua promessa de uma vida dedicada à igreja, aos pobres, à caridade … Na realidade, a barganha é uma tentativa de adiamento. Nessa fase o paciente se mantém sereno, reflexivo e dócil (não se pode barganhar com Deus, ao mesmo tempo em que se hostiliza pessoas).
Quarto Estágio: depressão
A Depressão aparece quando o paciente toma consciência de sua debilidade física, quando já não consegue negar suas condições de doente, quando as perspectivas da morte são claramente sentidas. Evidentemente, trata-se de uma atitude evolutiva; negar não adiantou, agredir e se revoltar também não, fazer barganhas não resolveu. Surge então um sentimento de grande perda. É o sofrimento e a dor psíquica de quem percebe a realidade nua e crua, como ela é realmente, é a consciência plena de que nascemos e morremos sozinhos. Aqui a depressão assume um quadro clínico mais típico e característico; desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro, etc.
Quinto Estágio: aceitação
Nesse estágio o paciente já não experimenta o desespero e nem nega sua realidade. Esse é um momento de repouso e serenidade antes da longa viagem.
É claro que interessa, à psiquiatria e à medicina melhorar a qualidade da morte (como sempre tentou fazer em relação à qualidade da vida), que o paciente alcance esse estágio de aceitação em paz, com dignidade e bem estar emocional. Assim ocorrendo, o processo até a morte pôde ser experimentado em clima de serenidade por parte do paciente e, pelo lado dos que ficam, de conforto, compreensão e colaboração para com o paciente.
Fonte: http://gballone.sites.uol.com.br/voce/morte1.html
16 respostas para “Os 5 Estágios da Dor da Morte”
Muito bom esse texto!
Dica: nessa tirinha tem um Easter Egg fodástico… Acho que ninguém vai achar… Eu que desenhei e quase não acho! kkkkk…
Ele tem nódulos cervicais? O ECM dele está bem estranho…
Sim, Lara! Ele tem nódulos cervicais… kkkk
Faz todo sentido com o cigarro que ele está fumando! heheheh
Confesso que no dia que eu vi ess tirinha http://www.meusnervos.com.br/?p=1347, me lembrei de um paciente que vi com recindiva local de um tumor de cabeça e pescoço… Realmente idêntico! Parabéns, Doutor!
Caveirão sinistro… brrrrr
muito bom o post…
Gostei da relação das “profissões” com os diagnósticos, ficou super legal.
Mas o melhor é que vc descreveu a ordem correta como as pessoas procuram ajuda, os médico estão sempre em ultimo lugar.
Obrigada, apesar de não estar com nenhuma doença terminal, me encontro no 4º estágio. A razão: perdi meus pais num curtíssimo espaço de tempo (6 meses), e ainda não me levantei
Fiquei curiosa com o easter egg. Normalmente são coisas que eu já tinha reparado e passado, como parte do desenho, então só presto atenção quando vem o post. Mas tem uns realmente surpreendentes. =D
Impressão minha ou rolou um outro easter egg na continuação da tirinha??
A propósito Solom, tens feito um grande trabalho com essas tirinhas!
Com certeza alivia um pouco os meus nervos saber que não sou o único a lidar com pérolas como os pacientes muitas vezes retratados!
Alexandre, só tem UM easter egg, e é no primeiro quadrinho. Por falar nisso, descobri que ele não é visível para todos; depende da configuração do contraste do monitor… Depois eu explico! Obrigado pelo elogio ao meu trabalho… Espero manter o bom nivel! abraço! Valeu! o
entao o pastor ser a cara do César polvilho (pânico) Eh pura coincidência?
😀
Alexandre, foi coincidência sim! kkkkkk… Eu nem conhecia esse cara! abraçao!
tive q brincar com as configurações do monitor pra conseguir ver! :p
EU APRENDI ESSES 5 ESTÁGIOS NA FACUL DE ENFERMAGEM,E CONFESSO QUE MESMO SENDO EVANGÉLICA ENTENDO QUE MÉDICO TEM QUE SER OUVIDO E SE ANTES DE LARGAR O TRATAMENTO AS PESSOAS FIZESSEM DIREITINHO PODERIAM DESFRUTAR MAIS UNS DIAS DE FARRA,OU CURTIR COM QUEM SE AMA MESMO!!!!
Às vezes eu me pego pensando no quão estranho é ter esta uma certeza absoluta.