Então.
Essa é uma questão ampla e densa, não é? Trabalho, e muito, exatamente com a dualidade realidade/fantasia, saúde/adoecimento emocional, e seus viéses.
Frequentemente me vejo em debates com vcs, médicos, sobre diagnósticos, tratamentos, internações, etc em função de alguns de meus pacientes.
O outro lado, do adoecimento, pode ser e frequentemente é bastante perverso, né?
É muito simples pra nós, os “ajustados”, os que pertencemos à curva “normal” (da matemática mesmo, a do gráfico), questionarmos os tratamentos, a “tal realidade”, etc.
Mas do lugar de quem está cindindo ou cindido, o sofrimento, os familiares, o conjunto da obra… bom, sou plenamente a favor dos debates. Mas sou a favor da picada da cobra também…
Eu não acho que essa tira fale sobre se drogar… aparentemente, é de alguém que sofre de alguma doença mental – provavelmente esquizofrenia. Embora alguém esquizofrênico raramente seja violento, algumas pessoas são, e precisam ser medicadas. Se vocês repararem, a “cobra” é a seringa – o “animal” traiçoeiro que lembra a pessoa em questão de que a vida dela é uma droga e a condição dela é permanente. Acredito que o que se questiona aqui é: será que, no caso dessas pessoas, é válido tirá-las desse mundo e devolvê-las para o “mundo real”?
Não sei qual foi o tema que o autor usou para fazer a tira (drogas ou esquizofrenia) mas tenho familiares esquizofrênicos e achei a interpretação de Aster para essa tirinha muito interessante e faz todo o sentido, o questionamento final do comentário de Aster nos leva a pensar no bem-estar do doente mental, será que o controle dele é exatamente seu bem-estar? Ou é mais o nosso mesmo?
A esquizofrenia e outras psicoses não são como uma linda viagem como retratado. São experiências angustiantes, tanto ou mais que a dita vida real.
O desenho tá mais pra uma viagem de alucinógenos e que acaba mal quando passa.
João Marcelo, eu quis passar não foi exatamente a esquizofrenia, mas um quadro de delírio, fuga da realidade. Você está corretíssimo qndo menciona experiências angustiantes e perturbadoras. Queria que no blog aparecessem mais comentários construtivos como o seu, e menos encheção de saco! Abraços, meu caro! Seja sempre bem vindo!
Até onde a realidade não prejudica o próprio sujeito e os que estão ao redor, não existe problema. Ninguém (ou quase) é levado para o tratamento porque está bem, feliz, contente, mesmo que em uma realidade paralela. Ele vai porque sofre, ou porque causa sofrimento em outras pessoas. Alguém mencionou acima se estamos pensando em nosso próprio bem estar. Estamos também! Do que adianta ter um sujeito debruçado em sua imaginação e ninguém que suporta estar perto dele?
Cara, trabalho diariamente com pacientes que têm asas, usam chapéu de pirocoptero e apertam a mão de seres extraordinariamente esquisitos e posso te garantir: vale a pena sim.
Supondo um paciente com bom insight sobre o transtorno, o sofrimento e a angústia são os maiores que se pode imaginar.
Já num paciente bastante desorganizado e bastante prejudicado que não tem mais nenhum contato com a realidade dos outros, bem… Talvez fosse melhor deixar assim? E quem vai cuidar dele? E quem vai impedir o paciente de se machucar? Adoece o paciente e a família toda.
A gente tenta matar um leão por dia pra fazer a sociedade entender a necessidade desses cuidados.
13 respostas para “Realidade”
Então.
Essa é uma questão ampla e densa, não é? Trabalho, e muito, exatamente com a dualidade realidade/fantasia, saúde/adoecimento emocional, e seus viéses.
Frequentemente me vejo em debates com vcs, médicos, sobre diagnósticos, tratamentos, internações, etc em função de alguns de meus pacientes.
O outro lado, do adoecimento, pode ser e frequentemente é bastante perverso, né?
É muito simples pra nós, os “ajustados”, os que pertencemos à curva “normal” (da matemática mesmo, a do gráfico), questionarmos os tratamentos, a “tal realidade”, etc.
Mas do lugar de quem está cindindo ou cindido, o sofrimento, os familiares, o conjunto da obra… bom, sou plenamente a favor dos debates. Mas sou a favor da picada da cobra também…
Meu Deus…. não entendi bulufas nenhuma…….. preciso voltar a estudar urgentemente 🙂
hauhauhuahuahuhauhahuahua
Somos dois! rs
Eu não acho que essa tira fale sobre se drogar… aparentemente, é de alguém que sofre de alguma doença mental – provavelmente esquizofrenia. Embora alguém esquizofrênico raramente seja violento, algumas pessoas são, e precisam ser medicadas. Se vocês repararem, a “cobra” é a seringa – o “animal” traiçoeiro que lembra a pessoa em questão de que a vida dela é uma droga e a condição dela é permanente. Acredito que o que se questiona aqui é: será que, no caso dessas pessoas, é válido tirá-las desse mundo e devolvê-las para o “mundo real”?
Ótima interpretação! Confesso que boiei grandão nessa! rs
Não sei qual foi o tema que o autor usou para fazer a tira (drogas ou esquizofrenia) mas tenho familiares esquizofrênicos e achei a interpretação de Aster para essa tirinha muito interessante e faz todo o sentido, o questionamento final do comentário de Aster nos leva a pensar no bem-estar do doente mental, será que o controle dele é exatamente seu bem-estar? Ou é mais o nosso mesmo?
A tira teve a intenção de passar exatamente oq o Aster falou. 🙂
A esquizofrenia e outras psicoses não são como uma linda viagem como retratado. São experiências angustiantes, tanto ou mais que a dita vida real.
O desenho tá mais pra uma viagem de alucinógenos e que acaba mal quando passa.
João Marcelo, eu quis passar não foi exatamente a esquizofrenia, mas um quadro de delírio, fuga da realidade. Você está corretíssimo qndo menciona experiências angustiantes e perturbadoras. Queria que no blog aparecessem mais comentários construtivos como o seu, e menos encheção de saco! Abraços, meu caro! Seja sempre bem vindo!
Pensei que fosse uma viagem psicodélica…
Até onde a realidade não prejudica o próprio sujeito e os que estão ao redor, não existe problema. Ninguém (ou quase) é levado para o tratamento porque está bem, feliz, contente, mesmo que em uma realidade paralela. Ele vai porque sofre, ou porque causa sofrimento em outras pessoas. Alguém mencionou acima se estamos pensando em nosso próprio bem estar. Estamos também! Do que adianta ter um sujeito debruçado em sua imaginação e ninguém que suporta estar perto dele?
Cara, trabalho diariamente com pacientes que têm asas, usam chapéu de pirocoptero e apertam a mão de seres extraordinariamente esquisitos e posso te garantir: vale a pena sim.
Supondo um paciente com bom insight sobre o transtorno, o sofrimento e a angústia são os maiores que se pode imaginar.
Já num paciente bastante desorganizado e bastante prejudicado que não tem mais nenhum contato com a realidade dos outros, bem… Talvez fosse melhor deixar assim? E quem vai cuidar dele? E quem vai impedir o paciente de se machucar? Adoece o paciente e a família toda.
A gente tenta matar um leão por dia pra fazer a sociedade entender a necessidade desses cuidados.